domingo, 29 de outubro de 2017

31 de outubro, O Dia Nacional da Poesia






     

 


Este artigo é em homenagem ao Dia Nacional da Poesia  e também a Carlos Drumond de Andrade, grande poeta brasileiro, que nasceu em um dia 31 de outubro.  Anteriormente o Dia Nacional da Poesia era comemorado no dia de nascimento de Castro Alves, outro famoso poeta brasileiro, que nasceu em um dia 14 de março. A data que homenageava o poeta abolicionista foi sugerido por um deputado federal, no ano de 1977. Desde então, essa proposta não havia sido oficializada. O Projeto de Lei que defendia essa data como oficial foi então arquivado. 


Em junho de 2015,  foi  sancionada pela presidência da República a Lei 13.131/2015, que determina o dia 31 de Outubro, dia do nascimento de Drumond, como a data oficial para essa comemoração. 


O dia mundial da poesia é em 21 de março e foi  criado pela  UNESCO em 21 de março de 1999,  na sua XXX Conferência Geral, com o objetivo de incentivar  a produção e celebrar a poesia como forma de arte em todo o mundo. 



O Dia do Poeta é comemorado em 20 de Outubro, data em que foi fundado o Movimento Poético Nacional em 20 de outubro de 1976, em São Paulo,  na casa do jornalista, romancista, advogado e pintor brasileiro Paulo Menotti Del Picchia.


Poetas Brasileiros


No Brasil podemos destacar os poetas e poetisas: Manoel de Barros, Machado de Assis, Paulo Leminski, Chacal, João Cabral de Melo Neto, Castro Alves, Olavo Bilac, Gonçalves Dias, Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Mario Quintana, Tomás Antonio Gonzaga, Gregório de Matos Guerra, Augusto dos Anjos, Vinícius de Morais, Ferreira Gullar, Ana Cristina Cesar, Adalgisa Nery, Cecília Meirelles, Cora Coralina, Adélia Prado, Hilda Hilst, Lya Luft, etc.


Drumond


Drumond nasceu no dia 31 de outubro de 1902, na cidade de Itabira, Minas Gerais. Foi um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Estudou em Belo Horizonte e no Colégio Anchieta de Nova Friburgo. Formou-se em Farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Sua escrita era cheia de ironia, sarcasmo e humor. Foi um dos símbolos do movimento modernista no Brasil. Em 1925, com Emília Moura e outros fundou  um veículo de informação importante para a consolidação do modernismo a nível nacional, a Revista. No mesmo ano casou com Dolores Dutra de Morais.


Lecionou português e Geografia em Itabira, mas a vida no interior não lhe agradou e voltando para Belo Horizonte, emprega-se como redator no Diário de Minas.


Seu primeiro livro Alguma Poesia foi publicado em 1930 e nesse ano seu poema "Sentimental" foi declamado na Conferência "Poesia Moderníssima do Brasil". Colaborou no semanário Mundo Literário (1946-1948). 


Drumond foi funcionário público durante grande parte de sua vida. Começou a escrever cedo e continuou escrevendo até o ano de seu falecimento, em 1987, no Rio de Janeiro. Não só poesias escreveu, como também livros infantis, contos e crônicas. Meses antes de sua morte foi homenageado pela escola de samba Mangueira no Carnaval de 1987, como enredo "O Reino das Palavras".


De fato, herda a liberdade linguística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas. 

A poesia de Carlos Drummond foi várias vezes definida por Affonso Romano de Sant'ana a partir da dialética "eu x mundo", desdobrando-se em três atitudes:
  • Eu maior que o mundo — marcada pela poesia irônica
  • Eu menor que o mundo — marcada pela poesia social
  • Eu igual ao mundo — abrange a poesia metafísica

O contexto político também influenciou em parte das poesias de Drumond, em especial a Guerra Fria, as ditaduras, o neocapitalismo etc. No final dos anos 80 o erotismo ganha espaço na sua poesia.


Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1934 e assumiu a chefia de gabinete do Ministério da Educação, do ministro Gustavo Capanema. Foi em 1942 que publicou seu primeiro livro de prosa, "Confissões de Minas". Entre os anos de 1945 e 1962, foi funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional.


Foi premiado, em 1946, pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto da obra. Teve grande influência do Modernismo. Havia no seu estilo poético traços de ironia, observações do cotidiano, de pessimismo diante da vida e de humor. Drummond fazia verdadeiros "retratos existenciais" e os transformava em poemas com incrível talento. Carlos Drummond de Andrade foi também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière. 


Em 1962 se aposenta do serviço público mas sua produção poética não para. Os anos 60 e 70 são produtivos. Escreveu também crônicas para jornais do Rio de Janeiro. Faleceu  no dia 17 de agosto de 1987.


A seguir cito parte das obras de Carlos Drummond de Andrade


No Meio do Caminho, poesia, 1928
Alguma Poesia, poesia, 1930
Poema da Sete Faces, poesia, 1930
Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, poesia, 1930
Brejo das Almas, poesia, 1934
Sentimento do Mundo, poesia, 1940
Poesias e José, poesia, 1942
Confissões de Minas, ensaios e crônicas, 1942
A Rosa do Povo, poesia, 1945
Poesia até Agora, poesia, 1948
Claro Enigma, poesia, 1951
Contos de Aprendiz, prosa, 1951
Viola de Bolso, poesia, 1952
Passeios na Ilha, ensaios e crônicas, 1952
Fazendeiro do Ar, poesia, 1953
Ciclo, poesia, 1957
Fala, Amendoeira, prosa, 1957
Poemas, poesia, 1959
A Vida Passada a Limpo, poesia, 1959
Lições de Coisas, poesia, 1962
A Bolsa e a Vida, crônicas e poemas, 1962
Boitempo, poesia, 1968
Cadeira de Balanço, crônicas e poemas, 1970
Menino Antigo, poesia, 1973
As Impurezas do Branco, poesia, 1973
Discurso da Primavera e Outras Sombras, poesia, 1978
O Corpo, poesia, 1984
Amar se Aprende Amando, poesia, 1985
Elegia a Um Tucano Morto, poesia, 1987

Duas poesias de Carlos Drumond de Andrade: 


 Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade


As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

Figura: Google


 

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Dia do Servidor Público






 

O Dia do servidor público é comemorado no dia 28 de outubro. No governo Vargas, em 1937, foi criado o Conselho Federal do Serviço Público.  Em 1938, para organizar e controlar o Serviço Público foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP). Com esse departamento procurou-se também criar um corpo de funcionários especializados. E em 28 de outubro de 1939, foi assinado o decreto nº 1.713, onde se encontram as leis que regem os direitos e deveres dos servidores dos serviços públicos. O então presidente Getúlio Vargas, em 1943, decretou como feriado do Dia do funcionário público a data de promulgação dessa lei.


O novo Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais (a Lei nº 8112) foi publicado em 11 de dezembro de 1990, havendo alterações em várias disposições da antiga lei, mas os direitos e deveres desses servidores estão definidos e estabelecidos na Constituição Federal do Brasil, além dos estatutos das entidades em que trabalham. Os serviços prestados podem ser de várias áreas de atuação como da saúde, justiça, segurança etc. Os serviços públicos estão divididos em classes hierárquicas, conforme os órgãos do governo, que podem ser municipais, estaduais ou federais.
     
Os servidores tem seus salários pagos pelos cofres públicos de acordo com a esfera (municipal, estadual ou federal).

O servidor público deve ser honesto, atender bem a população, sendo prestativo e  atencioso. Por outro lado, devem ser dadas boas condições para ele exercer um bom trabalho.

          O Dia do Servidor Público Aposentado no Brasil é comemorado  em 17 de   junho.

 No Brasil, o funcionalismo público fez-se presente desde os tempos coloniais. O receio de  invasões estrangeiras e a necessidade de desenvolver a economia luso-americana tornaram urgente a ampliação da máquina burocrática metropolitana atuante na colônia,  a    partir de 1530. Depois veio a família real portuguesa ao Brasil em 1808, que trouxe milhares  de pessoas, entre elas funcionários reais.  A partir desse momento, tomou-se maior consciência da importância do trabalho administrativo. 

     Com a proclamação da independência, o país se tornou  império, depois república. Durante a sua história política estavam presentes os servidores, que contribuíram na administração da máquina pública. Com a Proclamação da República, o serviço público passou a ter ainda maior importância dentro da enorme organização administrativa que se formou.

     Por um período longo o ingresso no serviço público brasileiro, foi feito, em grande parte, por meio do que é referido como “apadrinhamento”, isto é, troca de favores, não existindo a necessidade de aprovação em concurso. A Constituição de 1988 representou um avanço social fundamentado pelo princípio da igualdade de oportunidades e equidade de direitos que todo cidadão deve ter. Assim por meio do art. 37, parágrafos I e II, foi estabelecida a obrigatoriedade do concurso como meio de ingresso na carreira pública.

Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, e também, ao seguinte:

 I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei;

II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

O funcionário ou servidor público é assim definido pelo Código Penal brasileiro: "Art. 327 - Considera-se funcionário ou servidor público, para os efeitos penais, quem embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego, serventia ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.


A formação humana e a construção do sujeito-cidadão são  pontos importantíssimos para que, cada vez mais, indivíduos totalmente conscientes de seu papel social ingressem nas atividades que envolvam cuidado com o bem público.

  
Fazendo-se uma análise crítica, percebe-se que o Estado tem ligações com interesses presentes na sociedade. No Brasil, desde as suas origens, os serviços públicos sofreram e sofrem intervenção de poderosos interesses. O clientelismo está presente quando se trata de administrações públicas. Não raramente já se viu o uso da máquina pública para atender objetivos eleitorais e também não poucas vezes já se noticiou a respeito de desvios de verbas nas três esferas de poder (municipal, estadual e federal) e nos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).


Infelizmente, o serviço público brasileiro nas últimas décadas tem enfrentado diversas dificuldades como falta de equipamentos, condições inadequadas, ausência de concursos públicos, aumento das terceirizações e existência em várias situações pelo país de problemas nos salários (atrasos no pagamento, congelamentos salariais etc).


 A seguir algumas origens históricas do funcionalismo público no mundo:


Na China Antiga- Houve grande influência do confucionismo. Confúcio foi indicado, aos 51 anos de idade,como funcionário chefe da cidade de Chung Tu e, pelo seu desempenho, chegou a ser promovido ao posto de Oficial dos Serviços Públicos, e depois, ao de Grande Oficial da Justiça em sua província. Partiu, aos 55 anos, numa jornada de treze anos visitando os Estados vizinhos e falando aos grandes senhores sobre suas ideias. Segundo Mêncio, discípulo de Confúcio, o Governo deveria ser responsabilidade dos Sábios e “o povo é o tesouro máximo”(fica em primeiro lugar) . O Sábio deveria ocupar o ápice da pirâmide hierárquica. Os letrados seriam os censores do soberano e controlariam o despotismo (Esses aspectos reforçam a necessidade de se valorizar as qualidades das pessoas que representam o Estado e a importância de atender bem a população).

        Havia o sistema imperial de exames.  Surgia uma aristocracia intelectual e letrada que após passar por sucessivos exames imperiais tomava posse de todos os postos político-administrativos. A elite política, cultural e militar da nação era representada pelo mandarinato. Assim tinha-se uma posição com prestígio, com autoridade, poder e importantes vantagens econômicas.

 Foi na dinastia Song (960-1279), que foi reforçado o caráter obrigatório dos exames como o único meio de acesso aos serviços da administração civil do reino, ao mesmo tempo que as matérias que eram objeto de estudo eram bastante ideologizadas; houve com a dominação mongol, (1206-1368), uma interrupção do sistema de exames; com a dinastia Ming (1368-1644), aconteceu um renascimento do sistema que foi acompanhado de uma grande liberalização no acesso, permitindo a entrada de camponeses, artesãos e mercadores, havendo o barateamento do custo dos livros, que passaram a ser impressos em tabuinhas de madeira. Segundo alguns críticos, tal sistema valorizava mais uma rigidez nos costumes do que a criatividade. Porém, se vê que há nesse sistema a preocupação em verificar se existe, segundo os critérios estabelecidos com forte influência de pensamentos confucionistas, a devida capacidade para se exercer os cargos na administração, permitindo que até camponeses possam participar desse processo seletivo.
  
2-Em Atenas havia um órgão executivo responsável pelo dia a dia de funcionamento do Estado, o Conselho dos 500. Esse corpo, cujos membros eram escolhidos anualmente em um tipo de sorteio, tinha objetivo de preparar e organizar os trabalhos da assembleia do povo, a Eclésia. O Conselho também administrou as finanças do Estado, recebeu embaixadores estrangeiros, e supervisionou a manutenção da frota de navios ateniense.

 Um aspecto importante na época da democracia ateniense era o fato de que os seus funcionários públicos não tinham muito poder individual. Em tempos de guerras, um grupo especial de generais tomava decisões sobre assuntos militares. Quase todos os funcionários do governo, incluindo generais e os membros do conselho, bem como os cidadãos que serviam em júris eram pagos por seus serviços. 
  
3-Na República Romana, na Antiguidade, havia os magistrados, como os pretores, questores, censores, tribunos, edis, consules etc, que eram altos cargos da administração pública. Os senadores, ocupando o mais nobre cargo do funcionalismo público, eram consultores do imperador e governantes das principais províncias. Escravos públicos realizavam tarefas de interesse geral e trabalhavam para os serviços municipais: a sua situação variava podendo, por exemplo, se dedicar à limpeza, ao serviço dos edifícios públicos ou nas tarefas da administração.

Para encerrar este artigo, quero fazer menção aos famosos escritores brasileiros que foram do serviço público.

Houve vários casos de escritores, poetas, compositores que estiveram nesta área como: Machado de Assis que atuou como servidor público por quarenta anos iniciando como tipógrafo da Imprensa Nacional e chegando a ser diretor do Ministério da Aviação; José de Alencar: atuou inclusive como ministro de justiça; Carlos Drummond Andrade, ingressou no serviço público, em 1934, sendo inclusive assessor do ministro da educação e se aposentou do serviço público em 1962; J. J. Veiga:autor goiano que chegou a trabalhar 5 anos no serviço público;  Murilo Rubião: nome de destaque do realismo fantástico também atuou como servidor público, inclusive sendo chefe de gabinete de JK e adido cultural na Espanha; Euclides da Cunha: O autor de Os Sertões atuou anos no serviço público;  Lima Barreto: em 1903 entrou no serviço público  na secretaria de guerra; Manuel Antônio de Almeida: No serviço público foi chefe de Machado de Assis na tipografia nacional; Marcos Peres: o autor é um dos raros autores que ainda exercem a função pública, como técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Paraná; Ivana Arruda Leite: a autora e mestre em sociologia atuou no funcionalismo público até o ano de 2013. E também: Raul Pompeia; Olavo Bilac; José Veríssimo; Franklin Távora; Aluísio Azevedo, “Cartola”, Augusto dos Anjos e tantos outros...
  
A seguir uma poesia de Drumond que fala dele como trabalhador no funcionalismo público: 

 Poema Confidência do Itabirano

 Alguns anos vivi em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres, sem horizontes.
E o hábito de sofrer que tanto me diverte,
é doce herança Itabirana.
De Itabira trouxe prendas que ora te ofereço:
este são Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói.                           
 Carlos DrumondAndrade
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Márcio José Matos Rodrigues-Professor de História

Figura: Google